domingo, 13 de setembro de 2015

A fotografia instantânea

Os filmes fotográficos haviam se difundido, mas fotografar ainda era algo que levava tempo, especialmente na hora de revelar. Ao bater a foto, o fotógrafo precisava esperar até que o filme fosse levado ao estúdio de revelação, passasse pelos processos químicos, o negativo fosse positivado em um papel fotográfico e finalmente devolvido. O questionamento que viria a solucionar este problema veio de uma criança de cinco anos; nas férias de verão de 1944, a filha do físico e inventor estado-unidense Edwin Land lhe pergunta por que tinha de esperar tantos dias para ver as fotos que seu pai fazia dela. Diante desta pergunta tão simples, Land enxerga uma nova possibilidade para a fotografia. Quatro anos mais tarde cria e lança no mercado a Polaroid, primeira câmera instantânea da história. A fotografia instantânea surgiu não como um capricho, mas como uma necessidade da época. Como não existia a tecnologia digital e muitas vezes era necessário ver na hora o que se foi fotografado, a invenção de Land veio como uma solução a este dilema. 
                                         
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Figura 4: Câmera Polaroid
A Polaroid produz fotos sem negativos. A luz entra em contato direto com o papel fotográfico sensibilizado com sais de prata e a câmera expele uma foto preta, que depois de 60 segundos revela a imagem (posteriormente, este tempo foi reduzido para 10 segundos). A fotografia produzida é uma imagem única, sem possibilidade de reprodução, de baixa qualidade. A fotografia instantânea foi muito difundida, visto que as câmeras eram destinadas a um público amador, pois eram de fácil manuseio e vendidas a preço acessíveis (embora ospapéis fotográficos fossem vendidos a um valor elevado, o que garantia o lucro da Polaroid Corporation). Assim como a Kodak, a Polaroid não resistiu à concorrência da fotografia digital e em fevereiro de 2008 anunciou o fim da produção das câmeras instantâneas (FERRAZ, 2012). Diante disto, duas empresas começaram na produção da fotografia instantânea: a Fujifilm, com a linha instax que produz câmeras e filmes próprios, e a Impossible, empresa sediada em uma fábrica fechada da Polaroid, formada por ex-funcionários da mesma, que fabricam filmes para as antigas câmeras Polaroid. Estes funcionários foram motivados a trabalhar em um projeto com pouca chance de lucro, em um mercado já bastante prejudicado pela concorrência das câmeras digitais, apenas pela paixão à fotografia analógica, especialmente a fotografia instantânea (CORRÊA; FERRAZ, 2012). O conceito de instantaneidade da Polaroid foi resgatado pela rede social Instagram algumas décadas mais tarde; o Instagram, aplicativo para celulares e outros aparelhos, além de aplicar filtros que dão um tom vintage à fotografia, permite adicionar imagens, pelo celular, ao perfil da rede social, no mesmo instante que foram tiradas, sem a necessidade de descarregar em um computador, da mesma forma que a Polaroid não tinha a necessidade de levar a câmera ou negativo em um estúdio para revelação. 
  

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