Durante as décadas que se seguiram desde a invenção do daguerreótipo a fotografia
pouco evoluiu. O ato de registrar imagens ainda era algo trabalhoso e demorado, que exigia
técnica, capital, equipamento e conhecimento de química por parte dos fotógrafos; eram
poucos os que podiam trabalhar neste novo ramo. É neste contexto que ocorre uma revolução,
provocada por George Eastman.
Eastman teve seu primeiro contato com a fotografia em 1878, aos 24 anos de idade,
quando planejava uma viagem e um amigo de trabalho sugeriu que fizesse um registro da
mesma. Eastman adquiriu todo o pesado equipamento, a câmera com tripé, os produtos
químicos e as placas de vidro, além de pagar para aprender a usar. Ele não fez a viagem, masficou completamente absorvido pela fotografia e passou a buscar um meio mais simples de
fazê-la.
Eastman começa a trabalhar com placas secas feitas de gelatina, descoberta por
Richard Maddox em 1871. Este material tinha o inconveniente de ser pesado, frágil e levavase
muito tempo para substituir a placa na câmera. A solução foi sensibilizar folhas de
celulóide, que eram pequenas e maleáveis. Em 1888, era lançada a Kodak Nº1, câmera
portátil de fácil manuseio (CHIEZA, TELES, 2012; OKA, ROPERTO).
A primeira câmera comercial da história tinha um rolo de filme maleável enrolado em
carretel e fazia 100 fotos em negativo por rolo. A câmera, já carregada, era vendida a
U$$25,00 e para recarregá-la com um novo filme, custava U$$10,00 (OLIVEIRA, 2009).
Eastman investia muito em publicidade e o slogan da Kodak era: “You press the button, we
do the rest” (você aperta o botão, nós fazemos o resto)
Figura 3: Câmera Kodak Nº 1
Uma câmera pequena, simples, acessível, que dava ao fotógrafo apenas o trabalho de
enquadrar a imagem e apertar o botão, como o próprio slogan diz, que a empresa se encarrega
de revelar e recarregar a máquina, deu a muitas pessoas a possibilidade de se tornarem
fotógrafas, especialmente aquelas que tinham interesse apenas na imagem pronta e não no
processo para obtê-las.
Com este sistema de prestação de serviço Eastman dissemina a fotografia para
aqueles que desejavam apenas tirar fotos sem ter que se preocupar com
infraestrutura como lugar escuro, emulsionar vidro ou papel, para muitos só
interessavam a foto e foi isto de Eastman proporcionou. (OLIVEIRA, 2009, p. 665)A fotografia com filme predominou desde sua criação até o final do século XX, com
poucas mudanças ao longo deste tempo. O filme utilizado neste período e usado até hoje por
amantes da fotografia analógica é formado por várias camadas unidas por gelatina. A reação
fotoquímica que vai formar a imagem se dá devido a grãos de sais de prata sensíveis à luz.
Após a revelação o resultado é uma tira de imagens em negativo, que pode ser positivada
quantas vezes forem necessárias. Para se positivar um negativo (ou simplesmente fazer
cópias), utiliza-se um ampliador (projetor com uma lente para focar a imagem e uma fonte de
luz controlada), aonde o negativo é posto e projetado sobre o papel sensibilizado e depois de
ficar certo tempo exposto sob o negativo o papel irá formar um negativo deste, ou seja, um
positivo, que é a fotografia de fato, o que interessa à maioria das pessoas (WOODWORTH).
Enquanto os filmes continuaram utilizando os mesmos produtos base de sua
fabricação, as câmeras fotográficas analógicas evoluíram drasticamente ao longo do tempo;
de câmeras grandes e pesadas do início do século XX, que davam ao fotógrafo apenas a
função de enquadrar e “apertar o botão”, hoje se encontram câmeras compactas, feitas de
diferentes materiais (metal, plástico), com maiores possibilidades ao se fazer a foto, através da
escolha da lente, do controle de velocidade e abertura de diafragma, que dão ao fotógrafo
maior autonomia na hora de fotografar, apesar de dar também maior responsabilidade, pois
qualquer erro da parte dos fotógrafos pode acarretar na perda da fotografia.
Depois de reinar absoluto por mais de um século, o filme fotográfico se viu ameaçado
pelo advento da tecnologia digital. Foi o que aconteceu com a Kodak no dia 19 de janeiro de
2012, 131 anos após sua criação. A empresa fracassou na tentativa de levantar fundos para
financiar sua reestruturação financeira e se viu obrigada a pedir concordata.
(NASCIMENTO). Mas a empresa não fechou, e no início de 2013 a Kodak diversificou
parcialmente o ramo da fotografia, trabalhando com comunicação gráfica, scanners, câmeras
digitais, impressoras para fotografias, artigos para cinema, contudo, não abandonou aprodução de filmes e câmeras analógicas.
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